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CONCEITOS BÁSICOS PARA DIAGNÓSTICOS ADEQUADOS

Diagnosticar adequadamente um problema depende de conhecimentos, muitas vezes, básicos. O artigo de hoje mostra uma situação para sistemas hidráulicos, mas, exemplifica a necessidade dos conhecimentos básicos para os diagnósticos adequados.

CONCEITOS BÁSICOS PARA DIAGNÓSTICOS ADEQUADOS

Estamos aqui mais uma vez com um artigo técnico que pode ser útil para alguns.

Digo para alguns porque trataremos aqui de alguns conceitos básicos de hidráulica que são fundamentais para um diagnóstico correto quando o sistema apresenta algum problema.

Resolvi compartilhar isto aqui porque muitas vezes me deparei com profissionais experientes na manutenção de equipamentos industriais partindo para a substituição de componentes de sistemas hidráulicos por equivoco na interpretação dos sintomas apresentados.

A questão é que, em qualquer situação de solução de problemas, não importa se o sistema é simples ou complexo, deve-se iniciar pelo básico.  Isto assegura que o óbvio não seja negligenciado. Então, a fim de que o óbvio seja óbvio, as leis fundamentais da hidráulica devem estar sempre em mente:

BOMBAS HIDRÁULICAS CRIAM VAZÃO – NÃO CRIAM PRESSÃO.

A PRESSÃO É CRIADA PELA RESISTÊNCIA AO FLUXO. PELA RESISTÊNCIA À VAZÃO.

VAZÃO DETERMINA A VELOCIDADE DO ATUADOR E NÃO A FORÇA.

PRESSÃO DETERMINA A FORÇA DO ATUADOR E NÃO A VELOCIDADE.

UM FLUIDO SOB PRESSÃO BUSCA SEMPRE O CAMINHO DE MENOR RESISTÊNCIA.

O MOVIMENTO DO FLUIDO LÍQUIDO DE UMA

ÁREA DE ALTA PRESSÃO PARA UMA ÁREA DE BAIXA PRESSÃO

SEM PRODUZIR TRABALHO ÚTIL,

GERA CALOR

Bem, a teoria é ótima, mas sempre faz mais sentido quando é colocada em prática.

Então, vamos ver isto na prática, em um estudo de caso:

Recebi um artigo que descreve uma consulta feita por um usuário, a um especialista. No artigo, o problema em um sistema hidráulico e sua solução são descritos e depois, seguem os comentários feitos pelo autor, por solicitação do usuário. Vamos ver aqui a aplicação das Leis da Hidráulica:

A questão foi colocada assim pelo usuário:

“Temos um sistema hidráulico que opera dois cilindros. O pessoal da manutenção recentemente reportou que a bomba, que é de pistões, falhou – Por razões ainda desconhecidas.

O reservatório, as válvulas e os cilindros foram limpos e a bomba foi substituída. A nova bomba está agora entregando uma pressão de 1.000psi e parece que está gerando calor. Você pode sugerir alguma dica para a solução deste problema?”

A resposta do autor:

Vamos garantir que o óbvio não seja negligenciado.

“A nova bomba está agora entregando uma pressão de 1.000psi...”

Sabemos que uma bomba hidráulica só pode produzir FLUXO ou VAZÃO. Que PRESSÃO é criada pela resistência ao FLUXO. Daí se segue que se a bomba não recebe óleo, ela não pode produzir FLUXO. Então, verifique se o nível de óleo do reservatório está correto; se o respiro do reservatório não está obstruído; se o filtro de sucção (se existir) está desobstruído; se a válvula de bloqueio da entrada da bomba está totalmente aberta; se a linha de sucção da bomba não está obstruída.

Se a bomba estiver produzindo fluxo, então uma ausência de pressão indica a ausência de resistência ao fluxo. Sabendo disto, e também que o fluido sob pressão procura o caminho de menor resistência, a tarefa agora é achar o ponto onde o fluxo está escapando do circuito.

Uma expertise na leitura e interpretação do esquema hidráulico, se existente, neste momento é muito importante para a localização dos possíveis pontos de fuga.

“A nova bomba... parece que está gerando calor.”

Considerando que calor é gerado quando existe uma queda de pressão sem que seja realizado um trabalho útil, pode-se utilizar um termômetro ótico para verificar a temperatura de cada componente do sistema até que seja identificado o componente mais quente – e, portanto, a localização do provável vazamento interno.

NOTA: Lembre-se que, em um sistema equipado com bomba de pistões, é normal que a carcaça da bomba seja a parte mais quente do circuito.

As verificações descritas anteriormente não demoram muito. No caso do sistema em questão, menos de 10 minutos.

Caso nada conclusivo seja descoberto, deve-se continuar o processo de eliminação submetendo a bomba a um Teste de Vazão.

Vimos, no estudo de caso, que o conhecimento das leis fundamentais da hidráulica é mandatório para que a análise de um problema hidráulico seja feita corretamente sem o que, erros de diagnóstico podem sair muito caros.

Bem, é isto aí.

Não sabemos como ficou a solução do problema lá, mas, pudemos ver a aplicação das leis fundamentais da hidráulica na pesquisa da causa do problema.

Este é nosso objetivo aqui hoje!

Façam bom proveito!